sexta-feira, 13 de março de 2009

dia de muito calor

Pois bem, ontem foi mais um dia de voluntariado.
Toda a ajuda necessária é bem vinda ao FAUMA no hospital julio de matos. É certo e sabido que muitos dos vountários desistem ou por cansaço, ou por extrema sensibilidade devido ao contacto com dementes/ doentes ou por simplesmente falta de tempo livre.
Parece-me que enquanto pessoa, ajudar quem mais precisa também me tem andado a ajudar psicologicamente. Tento encaixar-me numa alma perturbada num mundo totalemente diferente como faz o "Francisco". Jovem, pouco mais velho que eu, mas com mentalidade (como ja tinha referido) de bebé. Imagino o que deverá ter passado pela cabeça dos seus familiares para internarem-o. Além do mais, o "Francisco" nao tem controlo nas suas capacidades motoras/psiquicas. Ontem, à espera no pÁtio que lhe abrissem a porta de entrada da residência psiquiátrica, descuidou-se, inconscientemente, e defecou no momento preciso que o enfermeiro lhe abriu a porta na entrada. Subitamente uma enorme vontade de rir explodia em mim. Contudo olhei para a minha colega Marta e apercebi-me do quanto ridicula estava a ser. o "Francisco" nao tem culpa. Eu sim tenho culpa por antigamente olhá-lo como um "maluco".
"No hospital o voluntário tem que «ter uma grande estrutura mental capaz de auxiliar cada doente nos seus problemas específicos» e, apesar de nunca deixar de ser voluntário, desligar-se desses problemas quando sai do hospital, até porque o voluntário é uma pessoa normal, com problemas normais, que também tem que saber gerir. Mas «é difícil saber separar as coisas». Quer queira quer não, o voluntário cria laços com o doente. " ontem eu criei laços com o "Francisco".

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